sábado, 12 de outubro de 2013

SALVE MÃE APARECIDA!



No dia doze de outubro é a festa de nossa doce padroeira, Nossa Senhora da Conceição Aparecida.  

A mais bela entre todas as rosas é uma rosa morena, que permanentemente, guarda e protege o  Brasil. Protetora segura de tantos caminhos, de tantos filhos, de tantos solos.

Relembrando sua história a pequena imagem foi encontrada em 1717, pelos pescadores Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso no rio Paraíba, São Paulo.  Desanimados com as redes sempre vazias, fizeram uma última tentativa e ao puxar a rede viram a imagem de Nossa Senhora sem a cabeça. Lançaram novamente a rede e,desta vez,veio a cabeça. A partir daquele momento, tantos peixes foram apanhados nas redes que foram obrigados a retornar ao porto, pois o barco pesava demais.  Acontecia o primeiro milagre.

Filipe levou a imagem para  sua casa, reunia a vizinhança para rezar, mas não demorou muito para que os milagres e devotos crescessem, a capela que foi  erigida se tornou pequena e foi preciso construir uma igreja maior.  
Em  1894, chegaram a Aparecida padres e irmãos da Congregação do Santíssimo Redentor, os Missionários Redentoristas, para trabalharem no atendimento aos romeiros que vinham rezar aos pés da senhora "Aparecida" das águas.

O culto a Nossa Senhora Aparecida se espalhou por todo o país, sua popularidade continuava aumentando, a igreja não comportava mais tantos fiéis.   Começaram as obras de um novo templo gigantesco.  

A Basílica de Aparecida é uma das maiores do mundo.  Foi consagrado Santuário em 1980, quando o Papa João Paulo II visitou o Brasil pela primeira vez.  E concluiu sua visita rezando:

-“Senhora Aparecida, um filho vosso que vos pertence sem reserva – totus tuus! –
...quer dirigir-se a Vós neste momento”.

Nossa Mãe toca com ternura o coração do povo brasileiro, faz emergir carinho e confiança no seu poder intercessor, Ela é uma forte figura representativa e carismática.  E o amor da Mãe morena  ultrapassou as fronteiras do país acolhido por seu manto azul gentil, pois a devoção a Nossa Senhora Aparecida propagou-se pelo mundo inteiro.

O amor de seus filhos transborda também em poesia... 

À Rainha e Mãe Aparecida

Em nossa esperança adormecida,
Sempre nos acolhe a Senhora Aparecida
Para nos dar paz e guarida
Alívio às nossas dores e feridas.
Nesta estrada entre espinhos e flores
Surge em nossa vida a Mãe Aparecida,
Sempre pronta a suavizar dissabores
Pela difícil trilha a ser percorrida.
Nossa Mãe e Redentora,
Nossa Rainha e Salvadora,
Nossa Eterna Protetora.
Abençoe o povo brasileiro,
Tão fiel e caminheiro
Grande amigo e companheiro.¹


Mãe Aparecida rogai por todos nós!


Maria Eulália


¹ Revista de Aparecida Maio/2010




terça-feira, 8 de outubro de 2013

SILÊNCIO


A finitude é casa humana comum na qual mora Deus, fonte criadora, poesia.


Silêncio poético!

barulho nem sempre expressa o que de mais agudo existe no mundo dos homens. Palavras, ritmos agitados, passos inquietos podem apenas ser sinais incompletos de fontes mais profundas. No silêncio é que moram os mistérios dos dizeres. Por detrás das representações, habita germe sagrado, sopro vital e de sentido inesgotável. “Não dito” que acompanha, feito penumbra, nomes de pessoas e coisas. Infeliz de quem somente aprendeu e se acostumou com a fala corriqueira, com aquilo que todos comentam. São repetidores; não sentiram a beleza de uma palavra nova, quando nasce. Não sabem o que é poesia. Tornaram-se viciados em vocabulário, não suportando calar a voz para uma escuta mais atenta.

Palavra bem dita, que não é apenas repetição, deve ser gerada em solidão. Quieta, germina a semente; na espera, cresce a criança; no vazio, nascem linguagens. Somente quem aprendeu a estar sozinho, na imensidão da existência, pode saborear arte e criar. Dom grande, que Deus dividiu com seus filhos, foi o da poesia. Ele, poeta maior; o homem, imagem, parceiro de obra. Diante de crises, da ferida aberta, da impotência do logos, ou se cria, ou se perde. Todavia, a criação não chega depressa. Tem que ser atentamente modelada e com esmero. Por vezes, não sem sofrimento. Em terreno de gente, novidade só chega quando há despojamento. Quando a flor desabrocha, feito metamorfose, é porque já abriu mão de roupa velha.

Que grande poeta, Jesus de Nazaré! N´Ele, tudo renova-se, na acolhida do avesso das aparências. Pobres, pecadores, doentes são vistos sem clichês. Jesus enxerga o coração, acolhe a pessoa mesma. Em sua kênosis, na ausência de qualquer ilusão, deixa claro que somente o espírito enche as coisas de beleza e não as pretensões onipotentes. Por isso, ensina que é feliz aquele que, perdendo voz e vez, mantém-se na confiança amorosa. Aliás, sua cruz redentora salva porque revela que a fraqueza, em Deus, é forte. De alguma forma, decreta, assim, que todo amor verdadeiro é impotência, frágil, mas divino porque alimenta-se de céu, único lugar de onde pode vir o milagre que salva.

Então, companheiro, que poesia habita seu silêncio? Não deixe morrer a profundidade humana que o alto lhe concedeu. Mas cuidado porque, depois de grande, é preciso renascer menino. Lembre-se de que no lago da existência não moram somente certezas, já conhecidas. Há também o inominável que, quando aceito, faz gerar coisas novas; quando recusado, causa tormento. E mais, não fuja da dor de si mesmo e nem recuse os sofredores da história. Caso isso aconteça, o melhor da humanidade despede-se, deixando a curta existência sem sentido. Afinal, a finitude é casa humana comum na qual mora Deus, fonte criadora, poesia silenciosa.

Pe. Vicente Ferreira, C.Ss.R.
Superior Provincial


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO


Hoje (7 de outubro) é dia de Nossa Senhora do Rosário.  O Papa São Pio V instituiu essa festa para comemorar a vitória dos cristãos contra os turcos, em Lepanto, em 1571, atribuída à proteção da Virgem Maria pela recitação do Rosário.

A origem do Rosário é antiga.  Os anacoretas orientais usavam pedrinhas para contar o número de orações vocais.  Nos conventos medievais, os irmãos leigos recitavam pais-nossos contando grãos enfiados em um cordão, em vez de recitar os salmos, pois não sabiam o latim.

Uma lenda piedosa esculpida em imagem apresenta São Domingos recebendo de Nossa Senhora o rosário como arma eficaz para debelar os hereges albigenses.  De fato, historicamente, a difusão do rosário meditativo dos Mistérios da Vida de Cristo e de Maria liga-se aos frades dominicanos, os quais divulgaram e aprimoraram tal método de oração recitativa.

Nossa Senhora com  o rosário nas mãos é mestra de oração mental e contemplativa e nos convida à oração incessante e perseverante.


Fonte: "Nossos Santos de Cada Dia", Dom Edson de Castro Homem, Ed. Casa da Palavra