terça-feira, 28 de abril de 2015

SÃO LUIS MARIA GRIGNION DE MONTFORT


Hoje é dia de São Luis  Maria de Montfort (1673-1716), sacerdote. São Luis é fundador da Companhia de Maria e das Irmãs da Sabedoria. É conhecido pelo Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria, que impregna a Legião de Maria,  fundada pelo servo de Deus Frank Duff, e a espiritualidade do bem-aventurado João Paulo II. Este adotou para si o Totus  Tuus (todo teu) da escravidão montfortiana a Maria. 
São Luis é modelo de devoção mariana.

Fonte: Nossos Santos de Cada Dia, Dom Edson de Castro Homem, Ed. Casa da Palavra

segunda-feira, 20 de abril de 2015

LEGIÃO DE MARIA - ACIES


Anualmente todos os membros da Legião de Maria renovam à consagração a santa Mãe de Deus, na solenidade chamada de Acies.  É a festa mais importante da Legião, quando os legionários ativos e auxiliares, confirmam sua disposição e amor a Maria Santíssima.



O Comitium Causa Nostrae Laetitiae reuniu os legionários para este grande momento, no Santuário de São Camilo,  na Usina, Tijuca, no dia 19 de abril, às 15:30h,  iniciando-se com a recitação do terço, e,  em seguida, a santa missa presidida  pelo pároco Pe. Fábio Pinto.
As Curiae e Praesidia estiveram presentes, cumprindo o compromisso de fé e de devoção a Nossa Senhora, causa de nossa alegria.









Salve Maria!


Maria Eulália Mello

sexta-feira, 17 de abril de 2015

LEGIÃO DE MARIA - GLÓRIAS DE MARIA III


Prece do autor à Jesus e à Maria

Ó amantíssimo Redentor e Senhor meu, Jesus Cristo, eu, vosso miserável servo, sei quanto vos agrada quem procura glorificar vossa Mãe Santíssima, que tanto amais e tanto desejais ver amada e honrada por todos. Por isso resolvi publicar este livro que fala de suas glórias.
Não sei portanto, a quem melhor recomendá-lo do que a vós que tanto prezais a glória desta Mãe. Por conseguinte vo-lo recomendo e dedico. Aceitai este insignificante tributo de meu amor para convosco e vossa Mãe querida. Protegei-o; a quantos o lerem enchei com a luz de confiança, inflamai-os nas chamas do amor para com essa Virgem Imaculada, por vós colocada como esperança e refúgio de todos os remidos.
Em recompensa dos meus débeis esforços, concedei-me, imploro-vos, aquele amor a Maria que eu desejo ver ateado, por meio deste pequeno livro, em todos os meus leitores.
Dirijo-me também a vós, ó Maria, minha Mãe dulcíssima e Senhora. Sabeis que, depois de Jesus, em vós tenho colocado toda a esperança de minha eterna salvação. Reconheço e confesso que toda minha ventura, minha conversão, minha vocação para deixar o mundo e as demais graças de Deus recebidas, tudo me tem sido dado por vossa mediação.
Bem sabeis quanto tenho buscado exaltar-vos sempre e em toda parte, em público e em particular, a todos insinuando a doce e salutar devoção para convosco. E tudo isso no empenho de ver-vos amada pelo mundo inteiro, como o mereceis. Assim procedendo para também de algum modo mostrar meu agradecimento pelos insignes benefícios que a mim tendes dispensado.
Espero continuar a fazê-lo até o último suspiro de minha vida. Minha idade avançada, minha saúde enfraquecida advertem-me, entretanto, que anda perto a minha entrada na eternidade. Pensei por isso em deixar ao mundo este livro, antes da minha morte, que não demora. Em meu lugar continuará ele a exaltar-vos, animando também os outros na celebração de vossa glória e da grande misericórdia que usais para com os vossos servos.
Ó minha caríssima Rainha, espero que esta minha oferta - inferior embora ao vosso merecimento - seja benignamente acolhida por vosso sempre grato coração, sendo, como é, um obséquio de amor.
Estendei, portanto, essa benigna mão que me libertou do mundo e do inferno. Aceitai esse livro e protegei-o como propriedade vossa. Mas ficai ciente de que por este pequeno obséquio exijo uma recompensa: a de amar-vos doravante mais do que pelo passado, e que cada um daqueles, em cujas mãos for parar este livro, fique abrasado no vosso amor. Que nele de repente se aumente o desejo de amar-vos e de amada vos ver por todo o mundo.  Que de todo coração se ocupe em espalhar e promover vossos louvores e a confiança em vossa poderosíssima intercessão. Amém. Assim espero. Assim seja.

Vosso amantíssimo, embora indigníssimo servo,

Afonso de Liguori
Da Congregação do Santíssimo Redentor

in "Glórias de Maria"

quarta-feira, 15 de abril de 2015

LEGIÃO DE MARIA - RESSURREIÇÃO





O Filho de Deus, descido do céu, humilde na terra, desenha cenários de incomensuráveis dimensões misericordiosas. Jesus, pleno amor-oblação, revela e realiza a vocação mais bela da criatura: a comunhão com o mistério criador. Ele, assim, também se torna condição de possibilidade para que, nos limites da criaturidade, resplandeça a humanidade nova. Sua ressurreição explicita, em comunhão com o Pai criador, na força do espírito santificador, o destino feliz que a história pode esperar. A revelação da nomeação de Deus como amor sem fronteiras, gratuidade pura, desvela os segredos mais minuciosos da maravilhosa obra criada. Como ciranda criativa, tudo gira ao redor do eixo misterioso da bondade. E mesmo que nas entranhas pecadoras do ser humano habite a sombra da maldade, somente o bem sobrevive porque o mal é a morte, sem destino, fosso silencioso da solidão, o nada. A graça é que ressuscita, cria e tudo sustenta. Quem é Jesus? Obra de amor revelado, cumprido na história e que permanece na promessa de ser fato continuado.
 
“Nós sabemos que passamos da morte a vida, porque amamos os irmãos” (1 Jo 3, 14). Assertiva de consequências preciosas, possível somente na descoberta da singularidade de Jesus, de sua radical, única, impensável, inédita forma de solidariedade divina. Em outras palavras, o evento da kênosis, do esvaziamento do Filho de Deus, desvela o significado mais nobre do rosto da história. Ao irromper a plena convicção de que a origem e o destino da existência humana é a comunhão, o itinerário dramático do amor vivido por Jesus, manifesta que Deus é amor encarnado. Choque tremendo para a concepção mais comum da divindade, quase sempre concebida como aquela que de tão grande anula a insignificante existência humana. Em Cristo o que acontece é o contrário. Seu excesso de oblação inaugura a possibilidade da definitiva amizade entre ser humano e Deus. E demonstra que a graça divina rege a grande orquestra da criação. Dela participa o ser humano, gerado pela sinfonia de um amor que é dom à espera de resposta.
 
Desse modo, o cristianismo rompe com qualquer estrutura que não seja fraterna. Apelo a um compromisso que ultrapassa toda medida, o caminho cristão ilumina o forte narcisismo humano, convidando-o a uma paradoxal abertura como indica a parábola do bom samaritano, descrita pelo evangelista Lucas. Seguindo essa preciosa proposta, já não será necessário dividir a história entre sagrado e profano porque ela é única instância na qual estão presentes a santidade e o pecado. Entre a possibilidade de mergulhar no infernal fechamento narcísico ou de acolher o dom amoroso, desenvolve-se a existência humana. No entanto, a paixão do próprio Deus, realizada na história de Jesus, antecipa, por isso mesmo, o sentido salvífico da humanidade. É daí que brota uma atenção ao cotidiano, principalmente no que tange o complexo discernimento entre a banalidade do mal e o desejo do bem.
 
 A mediação histórica de Jesus, seus gestos e palavras, sua obediência ao Pai, é que torna possível compreender a compaixão como modo de viver, isto é, de agir e padecer com os outros em busca do amadurecimento comum das múltiplas carências às quais todo ser humano está submetido.  Mais que uma abstração, trata-se de um ato de aproximação, de compaixão, de um estilo de vida. É a força inquieta do amor que desperta o encontro com a miséria do outro e com a própria miséria, mostrando que é na pequenez que se deve acolher o senhorio Deus. Em tal sentido, descortina-se a práxis da comunidade eclesial que, como igreja da compaixão, tem na opção preferencial pelo pobre a via primordial para a evangelização.  Trata-se de serviço esvaziado e gratuito, do qual emerge o inesgotável sentido de viver em Deus e como amigos. É da própria dor e sofrimento que o Senhor se aproxima do sofrimento da humanidade. Cristo salva pela sua entrega filial e com ela esclarece o sentido de toda existência. Desse modo, a singularidade de Jesus faz eclodir no evento pascal a fonte do amor que vence. Amor frágil, compadecido, porém única forma de ressurreição para além do que termina na morte. Crer na ressurreição é confessar, com esperança, que quem vive a oblação conhece a Deus.

Pe. Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R.
Formador da Comunidade Vocacional Dom Muniz, membro da Sociedade de Estudos Psicanalíticos de Juiz de Fora