domingo, 10 de maio de 2015
LEGIÃO DE MARIA - ESPERANDO PELO AMOR
Estamos na última noite de Jesus, sua páscoa definitiva, quando chega sua hora derradeira. Há pouco, ele já havia lavado os pés dos Apóstolos, instituindo o sacerdócio, e, à mesa, oferecera o seu Corpo e Sangue no Sacramento da Eucaristia. Tendo anunciado sua entrega total e incondicional por nós e por toda a humanidade, São João nos relata suas últimas palavras, no chamado Discurso do Adeus, que poderíamos chamar o Testamento do Amor. Mais do que uma obrigação legal, mandamento, no 4° Evangelho significa uma missão confiada , um projeto de vida que nos é entregue, uma herança preciosa que não se pode recusar. Durante os três anos de discipulado o Senhor lhes ensinara com palavras e com gestos; agora, chegara a hora da suprema lição, levando seus ensinamentos às últimas consequências.
Já no último domingo, nos exortava a permaneçamos unidos a Ele como os ramos à videira; hoje nos mostra qual o elo que permite esta união: o amor. O ideal do discípulo é tornar-se mestre, e fazer com outros aquilo que o mestre lhe fizera. O cristão só pode permanecer unido a Cristo se manifestar de modo claro este amor, amando como Ele nos amou,participando desta simbiose de amor: o Pai que ama o Filho, o Filho que nos transmite este amor, para que nó nos amemos mutuamente, produzindo frutos que permaneçam. Não se trata de um amor filosófico, abstrato, mas de ações concretas, como concreto foi seu amor pela humanidade: não há maior prova de amor do que aquele que dá a vida por seus amigos. Para isto é essencial estarmos firmes a Ele, para não cairmos na tentação de nos deixarmos levar por falsos amores perdendo, assim, o Amor verdadeiro. Como na célebre Odisseia de Homero, quando, após anos e anos afastado de sua pátria e de sua amada Penélope, fez-se atar voluntariamente ao mastro principal da embarcação para não sucumbir às belas e perigosas sereias, cujo canto enfeitiçava os marinheiros, precipitando-os para o mar e à morte. Temos que estar firmes, fixos à videira para não sucumbirmos aos falsos apelos do mundo que, em meio às águas do mar bravio, procuram naufragar nossas vidas que têm como destino o Porto definitivo.
Se sozinhos não podemos por nós mesmos manifestar a plenitude deste amor a cada dia, invoquemos continuamente a assistência do amor de Deus, o Espírito Santo que foi derramado em nossos corações, para cuja vinda, a liturgia nos prepara a parir de agora: Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
Fonte: Folheto A MISSA, pg. 4, 10 de maio de 2015
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