quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

ADEUS ANO VELHO


É tempo de preparar as bagagens, pois daqui a algumas horas o próximo trem chega à última estação.
Com cuidado vamos selecionando o que queremos carregar. Outras coisas nos seguirão, independentes de nós. Estão impregnadas na nossa pele e qualquer que seja o próximo caminho, nos acompanharão. E é bom que assim seja!
Essas coisas, freqüentemente doloridas, serão nossos sinais de atenção para os próximos passos, nossa febre nos alertando que devemos ter cuidado. São as benditas dores que nos tornam pessoas reais e humanas, sensíveis e verdadeiras.
Vamos colocar nessa mala, voluntariamente, nossos mais doces momentos, mesmo se passados.
Do nosso lado, nossos amigos mais queridos: os antigos, os novos, os que estão chegando e a lembrança dos que partiram.
Traremos ainda nessa mala nossas roupas mais bonitas e aquelas que contam histórias. Ninguém duvida que certas roupas contam histórias, da mesma forma que os perfumes e as músicas.
Traremos no coração os lugares que pisamos e, se não deixamos nossas marcas, carregamos em nós as marcas deles.
Traremos, sobretudo, nosso coração, vivido, quebrado e recolado, mas ainda inteiro, palpitante!
Nada de lágrimas! Elas ficarão escondidas para as grandes ocasiões e chegarão nos momentos oportunos, desejadas ou não. E nos trarão a calma dos grandes rios quando precisarmos recuperar forças para continuar o caminho.
Fecharemos então essa mala com alegria e a selaremos com ação de graças, pois tudo o que foi e tudo o que vem é para nosso crescimento.
Que possamos encontrar em tudo e em cada coisa o ponto positivo que vai nos mostrar que vale a pena ainda seguir.
E que, acima de todas as coisas, seja o Senhor nosso maior companheiro de viagem. É a mais linda forma de nunca nos sentirmos sós!

Letícia Thompson


quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

LEGIÃO DE MARIA - FELIZ NATAL!


Que a Virgem Maria nos ensine como devemos esperar e viver o Natal. 

Que o  coração de cada um se torne a manjedoura acolhedora para receber o Menino-Deus que vem ao nosso encontro.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

LEGIÃO DE MARIA - NA FELIZ EXPECTATIVA!


Já estamos no clima das festividades do fim de ano e, para nós cristãos renova-se o convite para um propósito profundo de estabelecer uma atmosfera de alegre expectativa para o dia do Natal, quando comemoramos o nascimento de Jesus. Quanto mais longe ficamos da data do nascimento do Cristo, tanto mais próximos estamos de Sua segunda vinda.
“Eis que estou convosco até o fim dos tempos” (Mt 28,20). Esta é a grande promessa de Jesus para todos os que creem n’Ele, a qual nos enche de esperança, confiança e certeza de que jamais seremos abandonados por Ele.
Para nossa alegria, Deus se fez pessoa humana como nós. Ele veio a este mundo: céu e terra se tocaram, como é confirmado pelas Sagradas Escrituras: “Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou seu Filho nascido de mulher para que todos recebessem a filiação adotiva” (Gal 4-5).
Em meio à simplicidade de uma manjedoura, na cidade de Belém – na Terra Santa – o Amor nasceu no seio da Virgem Maria. Tornou-se um de nós para nos salvar, amar e ser amado. Com o coro dos anjos cantando: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz aos que são do seu agrado” (Lc 2, 14), ali se fez Natal para todos.
Por um anjo, aos pastores foi dito: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todos. Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor!” (Lc 2, 10-11).
O Senhor Jesus continua a nascer nos corações que se abrem à presença d’Ele. Contou-me alguém, que esteve na Alemanha, que nesta época, antecedendo o Natal, é um costume cristão as pessoas terem em suas casas um calendário festivo contendo janelinhas a serem abertas em cada dia, até o dia 25. Cada pessoa recebe um pequeno presente quando abre uma janelinha, cultivando assim, em seu coração, a fraterna e alegre expectativa do Natal, que se aproxima com o nascimento de Cristo. Assim também deve ser conosco, pois Jesus é o melhor presente que alguém pode receber e oferecer aos outros.
Ainda estamos no tempo do Advento, por isso, aproveitemos para deixar crescer no nosso coração a feliz expectativa da vinda de Jesus. Clamemos junto com toda a Igreja: Maranathá! Vem, Senhor Jesus!
Que na noite de Natal, em família, possamos fazer esta oração unidos ao nosso Papa: “Jesus Cristo, vós que nascestes em Belém, nesta Noite Santa, vinde a nós! Entrai em mim, na minha alma. Transformai-me. Renovai-me. Fazei que eu e todos nós nos tornemos pessoas vivas, nas quais se torna presente o vosso Amor e o mundo é transformado”.
Feliz Natal, porque Natal feliz é Natal com Cristo!
Luzia Santiago
Fonte: http://luziasantiago.cancaonova.com

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

LEGIÃO DE MARIA - ALEGRAI-VOS!


E o verbo se fez carne

O terceiro domingo do Advento, no qual se pode utilizar como cor litúrgica o roxo ou o róseo, é chamado de Domingo Gaudete. Isto se dá em virtude do Introito da missa desse dia, que traz o texto de Fl 4,4-5 que, traduzido, significa: “Alegrai-vos sempre no Senhor: isto mesmo vos digo, alegrai-vos. O Senhor está perto”. Como o verbo inicial é o verbo gaudere que, no imperativo, fica gaudete, essa primeira palavra acabou dando “nome” a este domingo. Neste domingo, semelhante ao que acontece no domingo Laetare, na Quaresma, nos alegramos pela proximidade da grande solenidade que estamos a esperar, neste caso, o Natal do Senhor.
A primeira leitura, um trecho do livro do profeta Isaías, nos apresenta nos dois primeiros versículos, a vocação do profeta. O profeta foi ungido, ou seja, tornou-se um “Messias”, foi envolvido com o espírito de Deus para anunciar a boa nova aos pobres, curar as feridas da alma, pregar a redenção dos cativos e a liberdade aos presos e para proclamar um ano da graça do Senhor. O segundo trecho lido nesta liturgia, os vv. 10-11, trazendo uma ação de graças. Para expressar a intensidade da sua ação de graças o autor sagrado utiliza, como é próprio no hebraico, a expressão “Exultando, exultei”, que, em português, o nosso lecionário traduz como “Exulto de alegria”. O autor sagrado quer destacar a alegria do profeta, que percebe a salvação vinda de Deus como uma “veste” de salvação, como um “manto” de justiça, como os “adornos de uma noiva ou de um noivo”. Por fim, a leitura termina com a proclamação da ação gloriosa de Deus, que fará sua “justiça” e seu “louvor” aparecer na Terra diante de todas as nações.
Essa leitura está conectada com o mistério que estamos para celebrar. A justiça de Deus, o seu louvor, é o Cristo, que, no mistério do seu Natal, foi manifestado na Terra diante de todas as nações. Em Cristo é que a justiça do Pai, que é salvação, se manifestou para nós. O sacrifício do Senhor, sua cruz, foi o máximo louvor oferecido ao Pai no Espírito. A liturgia da Igreja é sempre atualização desse mistério único, porque só assim o Pai pode ser perfeitamente louvado. Em Lc 4,18-21 Jesus vai dizer que essa profecia se realizou plenamente n’Ele.
Assim sendo, podemos já na proximidade da celebração do nascimento do Salvador nos unir a Maria, no seu canto de ação de graças. O salmo responsorial desse domingo é formado por versículos do magnificat que, embora não seja um salmo, é um cântico de louvor encaixado dentro da narrativa do terceiro Evangelho. Ali Maria canta a Deus o seu louvor, porque ele voltou Seu olhar para os humildes, para os sedentos de justiça. No magnificat Maria reconhece a grandeza de Deus que operou nela maravilhas. Com Maria devemos alegrar-nos, atendendo ao convite do apóstolo na segunda leitura: “Estai sempre alegres! Rezai sem cessar. Dai graças em todas as circunstâncias, porque essa é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo.” E o motivo da nossa alegria é a chegada do “esperado das nações” (cf. Gn 49,10).
O Evangelho nos faz olhar mais uma vez para a figura de João Batista. Os vv. 6-8 pertencem ao chamado “prólogo de João”, onde o evangelista desenvolve o tema da pré-existência de Cristo: “No princípio era o Verbo...” Ouvimos hoje os dois versículos do prólogo que fazem menção a João. João veio como “testemunha”, para dar “testemunho da luz”. João não era a luz, mais veio dar “testemunho da luz”.
Nos versículos 19 a 28 temos a descrição do seu testemunho. João começa dizendo que João Batista veio como testemunha e, agora, ele descreve como que concretamente esse testemunho se deu. João está batizando e, ao ser perguntado se ele era o Messias ou o profeta, pronta e humildemente ele nega e diz a verdade sobre si mesmo: “Eu sou a voz que grita no deserto: aplainai o caminho do Senhor”. João Batista anuncia ainda que o seu batismo é prefiguração de um outro, porque depois dele virá alguém maior, do qual ele se sabe indigno se desatar até mesmo a correia dos calçados.
Somos chamados nesse tempo do Advento a imitarmos as virtudes das personagens bíblicas com as quais vamos travando contato através da escuta cotidiana da Palavra de Deus. João Batista é, sem dúvida, uma figura eminente. Assim como ele, também nós somos chamados a ser “testemunhas”. De fato, nós não somos a luz, mas isso não impede que sejamos “testemunhas da luz”. A luz é o Cristo. O próprio Credo Niceno-Constantinopolitano nos ilustra isso quando diz que Ele, o Cristo, é “Luz da Luz”. Ele veio iluminar os homens, mas quer escolher alguns para serem suas testemunhas. Não somos a luz, não somos perfeitos, erramos e muito, mas devemos buscar acertar e jamais podemos nos calar e deixar de testemunhar.
O testemunho pode sair caro, pode custar a nossa própria vida. Foi assim, ao menos, com João Batista, mas o medo não pode nos paralisar. Se Deus quer contar conosco devemos nos engajar no seu projeto amoroso, a fim de sermos suas autênticas testemunhas.
Assim como João precisamos reconhecer a verdade sobre nós mesmos. Nós não somos os salvadores, mas somos servos d’Aquele que veio nos salvar. Nós não somos a verdade, mas somos mensageiros da Verdade de um outro, do Cristo, que quer contar conosco para levarmos adiante a boa-nova do seu Evangelho.
Que os dias que ainda nos restam neste tempo de Advento sejam uma oportunidade para nos encontrarmos com a Verdade que é o Cristo. Que Ele, que é Luz, ilumine as trevas do nosso coração, e nos leve a uma atitude firme e verdadeira de conversão. Que sejamos suas “testemunhas”, a fim de espalharmos no mundo a boa-nova da salvação.

Pe. Fábio Siqueira
Vice- Diretor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida
Diretor Espiritual do Senatus RJ


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

LEGIÃO DE MARIA - MÍSTICA NATALINA





Na criação, em sua globalidade, está impressa a marca do amor gratuito do Criador. Convicção que faz a pessoa de fé encantar-se, maravilhar-se por cada partícula única, pela imensidão do que se chama matéria e alegrar-se consigo mesma, por sua milagrosa condição filial. Ao encarnar-se, na história de Jesus, Deus explicita totalmente seu projeto salvífico. Mistério inesgotável; de grandeza exuberante. O Senhor, do céu, desceu para que fosse exaltada toda criação. Bondade pura, de Criador para criatura, em Jesus. Evento de densidade tamanha no qual o eterno revela a densidade sacramental de sua obra. Rebaixou-se para mostrar a dignidade das tonalidades amorosas variadas. De fato, lá já estava porque tudo fez. Entretanto veio para que a luz escondida brilhasse tão salvadora. Todas as coisas pertencem a Ele e falam d´Ele, caminham para Ele. O universo, como conjunto infinito, reúne-se ao redor de seu parco nascimento. Cada fragmento de matéria transforma-se num louvor filial. E é bom ser gente, porque gente sente, fala, canta, encanta-se e pode acolhê-Lo num jeito de ser também sacramental, que diz de sua operosa oferta de amor e continua realizando-a.

Crer em Jesus, portanto, é seguir suas palavras e gestos. É mergulhar a existência na inesgotável reserva de sentido que sua vida possui, fazendo do cotidiano uma verdadeira instância crítica porque crística - cristológica . Sim, ao serem modelados como humanos, no Espírito do Cristo, as atitudes dos discípulos devem irradiar cada cenário no qual se desdobra o amor maior. Não é possível levar a sério a opção carnal feita pelo divino caso não haja empenho de seus seguidores por uma defesa ecológica, antropológica, teológica etc. O Natal de Jesus é convite primeiro ao encantamento pela obra criação. Posturas de posse, de domínio, de destruição devem dar lugar a uma sobriedade na forma de lidar com as coisas. O voraz movimento que o consumismo capitalista impôs como norma de felicidade, apressadamente está construindo cenas muito infelizes. Ser mais simples, desapegados de tantas posses supérfluas, trata-se de um verdadeiro testemunho ecológico.

E o que dizer das feridas humanas? A carne finita, de todos, já daria material suficiente que justificasse o cuidado mútuo. Atitudes coletivas de solidariedade e amparo diante de uma condição limitada, desamparada. No entanto, em diversas circunstâncias tratam-se de verdadeiras fraturas expostas, geradas pela fome, pelas guerras, pelas doenças, pela exclusão. Não é possível ser natalino sem se tocar por tais realidades de tantos irmãos e irmãs. A fartura, o desperdício, o acúmulo também daquela noite de Natal, caso reforce uma mentalidade excludente, são exemplos de verdadeiro escândalo diante daqueles que não possuem as mínimas condições de sobrevivência. Em alguns casos, ilusoriamente pensa-se que Jesus está presente nessas ceias descompromissadas e, às vezes, fraudulentas. Infelizmente ele não chegou lá, está ocupado pelas margens do caminho, sem abrigo, sofrendo com aqueles que não podem festejar.

A fé natalina também não pode acostumar-se somente com a beleza estética de seus ritos e rezas. A liturgia é fonte cristalina na qual o cristão abastece a alma para seguir a missão. Por isso, natal é também senha da caridade como elemento central de quem crê. Afinal, o amor encarnou-se autorizando o ser humano a viver iluminado por uma mística cotidiana amorosa. Não vale acostumar-se somente com a beleza, meu irmão; estética sem ética é matéria perigosa. Gera ilusão de onipotência que conforta, todavia que expõe ainda mais os perigos da desigualdade. A grande beleza do cristão encontra-se em sua vocação transformativa, construtiva, solidária. Nada mais bonito do que o movimento redentor ser visualizado pela construção do bem comum, por exemplo. Natal somente pra ricos é idolatria. Quando os pobres também o celebram, é arte, utopia. Tem companhia de José, Jesus e Maria, mesmo que seja na mais humilde estrebaria. E como será o seu, caro leitor?

Pe. Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

IMACULADA CONCEIÇÃO - CHEIA DE GRAÇA


No dia 8 de dezembro, a Igreja de Cristo festeja a Imaculada Conceição. Em festa, também está a Congregação do Santíssimo Redentor, que saúda a amada padroeira.
O nascimento do Filho de Deus Pai aconteceria, segundo a sua vontade, de uma mulher. Isto requisitaria, impreterivelmente, condições especiais àquela que seria a Mãe do Redentor e Salvador da humanidade. O seu corpo e sua alma, seu pensamento e atitudes, seu amor e a sua fé não poderiam ter a marca do pecado e da fraqueza. Não existe Maria sem Jesus, como não existe Jesus sem Maria, e esta união exige o mistério divino da concepção sem mácula.
Santo Afonso, desde pequeno, esteve próximo à Imaculada, defendendo seus privilégios e propondo uma devoção profunda e bem fundamentada. Explicou e amou esta verdade, muito antes da proclamação do dogma. Na primeira edição da “Teologia Moral”, de 1748, e no livro “As glórias de Maria”, publicado em 1750, por exemplo, ele ensinava sobre a doutrina da Imaculada Conceição de Maria.  Não foi só isso; ao todo, Afonso escreveu 12 obras dedicadas a ela.
Os redentoristas veneram a Virgem sob este título, que é modelo de conduta e fonte de intercessão. Ela está presente no mistério da Copiosa Redenção, pois Deus não quis salvar nem redimir o mundo sem a presença de Maria – ela que esteve presente nos momentos de redenção que viveu seu filho Jesus e continua sempre presente nos trabalhos missionários e de evangelização, intercedendo pelas boas obras, o que a faz com que seja amada, conhecida e reconhecida por todos.
Somente no ano de 1854, o Papa Pio IX definiu oficialmente o dogma da Imaculada¹ como verdade irrefutável. Uma verdade em que o povo de Deus sempre acreditou – e compreendeu. Em Maria está explícito o mistério de Deus, agindo por Cristo.  Em Maria, Deus alcança toda a humanidade e demonstra sua disposição de amor.
Viva sua Santa e Imaculada Conceição!

¹ Constituição Apostólica Ineffabilis Deus.

Maria Eulália Mello
Fonte: Jornal O REDENTOR, Paróquia Santo Afonso, Tijuca, RJ