quinta-feira, 21 de maio de 2015

LEGIÃO DE MARIA - CAMINHO CRISTÃO



“Pai Santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um assim como nós somos um” (Jo 17, 11b). Com essas palavras, o Senhor revela que deseja ser um conosco. Por outro lado, revela também que podemos não nos unir a Ele, pois podemos nos perder. Por isso que Jesus reza ao Pai, pedindo para “nos guardar”.
Como podemos nos perder? A resposta a essa pergunta pode estar na continuação desse Evangelho, quando Jesus coloca uma oposição entre Ele e o mundo: “Eles não são do mundo como eu não sou do mundo” (Jo 17, 16) e, ainda, que o mundo O rejeitou (cf. Jo 17,14). Trata-se de uma oposição não entre o mundo (criação de Deus) e Ele mesmo, mas entre a verdade de Deus e a lógica do “mundo”. Que é tudo aquilo que, mesmo presente em sua criação, não faz parte da vontade de Deus. E uma pessoa pode se perder quando se entrega ao que é oposição à vontade do Senhor, ou seja, quando opta por seguir outros caminhos que vão à contramão do caminho que Jesus quer que construamos, que é o caminho da unidade com Ele.  
São Paulo, quando faz uma recomendação à comunidade de Éfeso, também mostra uma preocupação com o perigo de nos deixar seduzir e, dessa forma, abandonar a Igreja de Deus conquistada por Jesus: “Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho, sobre o qual o Espírito Santo vos colocou com guardas, para pastorear a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o sangue do seu próprio Filho” (At 20, 28-38). Paulo reconhece o perigo que vem de fora da Igreja, mas que também pode vir de dentro dela: “Aparecerão entre vós lobos ferozes, que não pouparão o rebanho. Além disso, do vosso próprio meio aparecerão homens com doutrinas perversas que arrastarão discípulos atrás de si” (At 20, 29-30). Até mesmo aqueles que estão falando em nome de Deus, podem estar pregando doutrinas perversas, doutrinas que têm o mal em sua base e que são capazes de carregar discípulos.
É preciso ter cuidado com as doutrinas que existem por aí, que só pregam a prosperidade: “venha rezar para receber o milagre”, “para ter sucesso”. Essas propostas, com certeza, arrastam muitos discípulos. O que o Senhor quer nos oferecer é a união com Ele e a ressurreição, mas antes da ressurreição é preciso passar pela cruz. Se alguma doutrina oferece tirar a cruz de você, desconfie. A ressurreição vem depois da cruz. Assim como Cireneu ajudou Jesus a carregar a cruz, a comunidade pode nos dar apoio para carregar a nossa, mas não retirá-la. Tirar a cruz não é um caminho cristão, mas é uma doutrina do mundo, um caminho que vai à contramão do Cristo. Oferecem-nos um caminho para lançar nossas vidas em uma busca desenfreada por prosperidade, poder, dinheiro e fama. Porém, Jesus nos convida a servir uns aos outros, a dar a vida e a renunciar a nós mesmos.  Jesus diz que nós e Ele não somos do mundo. Como poderemos ter a plena felicidade neste mundo se não somos dele? No mundo, nós estamos em peregrinação; é o momento de travessia e, como toda travessia, encontraremos dificuldades, lutas, derrotas e vitórias, mas não a plenitude. Essa plenitude só encontraremos no ponto de chegada, onde poderemos descansar em paz, na eterna união com Deus.

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