Em nosso profundo mergulho no Tempo do Advento, chegamos orantes e atentos ao 2º domingo. Coincidentemente, neste ano A, celebramos neste mesmo dia a Imaculada Conceição de Maria, e esta festa é o foco da liturgia do próximo domingo. O evangelho vem nos mostrar a total consagração de Maria a Deus e à missão de vir a ser Mãe do Filho de Deus. Esta missão toma conta de toda a existência de Maria. Ela é a Serva por excelência.
Pela vontade do Pai, em razão da maternidade divina e por antecipação da libertação por Cristo, Maria foi concebida e nasceu sem ser contaminada pelo pecado da humanidade, o conhecido pecado original - e isto é um mistério vivido na fé de nossa Igreja. Ela é a primeira em quem se realizou totalmente a libertação oferecida por Deus. Ela poderia ter-se recusado a ser a mãe do Salvador - sim, poderia! O mérito de Maria consiste em ter dado livremente seu “sim” à graça de Deus e à sua missão.
Ela era predestinada para isso, mas não forçada a aceitar tamanho encargo! Também Adão não tinha pecado original, mas ele não foi fiel ao projeto de Deus. Maria foi e corrigiu a desistência de Adão, assumindo de corpo e alma o original projeto de Deus, aquilo que Deus predestinou a ela e a todos os seres humanos - a salvação.
Aproveitemos bem a espiritualidade do Advento para refletir: estamos sendo semelhantes a Maria de Nazaré? Temos aceitado fielmente o projeto de Deus para nossas vidas? Quando nossa missão diária é especialmente árdua e difícil, continuamos sendo a presença do Deus de Amor para todos que conosco convivem? Será que não é justamente por meio de nós, cristãos, homens e mulheres de coração disponível para o serviço aos irmãos, que Deus atua no mundo, convidando cada pessoa a percorrer os caminhos da felicidade e da realização plena? Temos real consciência de que é por nossos gestos de amor, de partilha e de serviço que Deus transforma o mundo em que vivemos?
Sônia Braga
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