quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

LEGIÃO DE MARIA - À PROCURA DO AMOR: ONDE ESTÁ TEU IRMÃO?



Das muitas e importantes coisas expressas na Evangelii Gaudium, pelo Papa Francisco, a insistência pela construção da fraternidade é uma das mais visíveis. Caminho que, para ser tomado a sério, deve levar em conta, sobretudo, o amor oblativo, capaz de acolher o pobre, os sem teto, os refugiados, os anciãos. De fato, é urgente escutar e responder a mesma pergunta que Deus fez, nas origens, a Caim: onde está teu irmão, Abel? (Gn 4,9). Pena seria se diante de tal interpelação a resposta fosse a mesma: por acaso sou guarda do meu irmão?!

Se a dignidade de cada pessoa é mandamento aceito pelos que creem ou que não creem, como dormir tranquilos quando milhões são feridos radicalmente em seus princípios básicos de vida? A Campanha da Fraternidade 2014 traz um exemplo triste e desafiante: o tráfico de pessoas e de órgãos. Não seria essa realidade o cume da banalização humana? Indício de que a vida está tornando- -se, cada vez mais, mercadoria? Que futuro esperar de um cenário destes? Ondas de violência percorrem variados países, de diversas culturas. Certamente, salvaguardando algumas atitu­des irresponsáveis, elas indicam vontade de mudanças. As reivin­dicações não são poucas. Elas tangem melhorias na educação, na saúde; enfim, maior distribui­ção das possibilidades de uma vida mais igualitária. No entanto, de fato, quem está mesmo dis­posto a assumir as cruzes que as mudanças exigem?

Sim, “é para a liberdade que cristo nos libertou” (Gl 5,1). Su­põe que a frágil existência não carrega em si mesma um desti­no automático para o amor. Pelo contrário, as pulsões quando não são orientadas para desti­nos vitais, facilmente explodem em cenas de violência. Por isso, é importante parcerias, e o céu não pode faltar. Reverência ao mistério e atitudes de cuidado são tarefas do dia a dia. Cuida­dores uns dos outros é vocação primeira do homem e, mais ain­da, do cristão. De fato, cristão não nasceu para outra coisa. É ícone da fraternidade, mesmo quando as maiores ordens cul­turais reforçam posturas ego­cêntricas.

Não é possível alcançar a paz se a exclusão persiste. Sem um maior interesse por aquilo que é comum, inocente seria esperar um futuro melhor. Acolher o mais carente é fundamental nesse processo porque é Deus mesmo que, primeiramente, mora em nossa condição desamparada.

Pe. Vicente Ferreira, C.Ss.R.
Superior Provincial



Um comentário:

  1. Obrigada. Rezemos sempre por nossos sacerdotes, eles precisam de nossas orações, tal como precisamos rezar uns pelos outros. Façamos nossa fé mais forte!!!

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