A menina boa e caridosa que morreu aos
nove anos de idade, vítima de meningite, pode
se tornar a primeira Santa carioca. Odette Vidal de Oliveira fez
florescer um carinho especial,de verdadeiros fiéis,
em muitas pessoas que, ao longo dos anos, visitam seu túmulo, no cemitério São
João Batista, desde o dia 25 de novembro1939, data de sua morte. Inúmeros milagres
são atribuídos à pequena piedosa e serão analisados cuidadosamente pela Santa
Sé.
A carioca de Madureira, filha de pais portugueses, não chegou a conhecer
o pai, vítima da tuberculose. Depois que Odette nasceu, sua mãe se casou novamente. Seu pai adotivo, também português, acolheu-a,
verdadeiramente, como filha. A menina viveu num ambiente de muito conforto financeiro,
porém a riqueza não a distanciou da simplicidade. Ela gostava de comer na
cozinha com os empregados da casa, e de convidar as filhas dos serviçais para dormirem
em seu quarto. Coisas que causavam espanto na sociedade do Rio de Janeiro da
década de 30. Os relatos contam que, certa vez, estava na porta de sua casa,
com sua mãe, para dar comida aos pobres, mas os pratos fundos tinham acabado.
Uma pessoa que chegou atrasada para receber a comida não gostou e cuspiu no
rosto de sua mãe. Odetinha, limpando a
face de sua mãe, havia dito para que ela não ficasse triste com aquele homem, porque
ele estaria apenas com fome.
Indo de carro para a escola, pedia ao motorista que a deixasse descer
um pouco antes de lá chegar. Quando era a hora de voltar para casa, não dizia a
ninguém que ele era o motorista, mas, sim, um amigo da família, oferecendo
carona às amigas. Estudou no colégio Sion e fez sua primeira comunhão na
Paróquia Imaculada Conceição, em Botafogo.
Maria de Lourdes Firmeza Jabur é integrante da Legião de Maria e atua na paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro do Grajaú. Ela foi colega de Odetinha no 3° ano do colégio Sion e conta sobre a colega de classe:
Maria de Lourdes Firmeza Jabur é integrante da Legião de Maria e atua na paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro do Grajaú. Ela foi colega de Odetinha no 3° ano do colégio Sion e conta sobre a colega de classe:
- Odette era muito alegre, estava sempre sorrindo e brincávamos juntas
sempre. Eu não entendia bem, mas me chamava atenção como uma criança,assim como
eu, se preocupava tanto com os pobres. Ela oferecia a casa para doentes e
desconhecidos. Sua mãe tinha que explicar para ela que não podia levar pessoas
doentes para casa. Lembro que ela possuia uma devoção muito grande ao SS
Sacramento e reverenciava Nossa Senhora. Ao passar por sua imagem rezava a Ave Maria,
que nós aprendemos em francês e latim. Era de uma bondade incomum e extrema,
para a sua idade. Estive na Igreja da Glória e lá revi outras colegas do Sion,
que estavam muito emocionadas, assim como eu também estava.
Odetinha era muito religiosa. Participava da missa, desde muito
pequena, e rezava o Terço todos os dias. Mantinha constante relação com a
oração. O pai, também, praticava a caridade. Ele aplicava boa parte de seu
dinheiro nessas obras. Herdou dele, ainda, a imensa fé católica. Não tardaram a
aparecer, atributos admiráveis de fé naquela menina. Em seus últimos momentos,
disse após receber a eucaristia, ser Jesus o seu amor, a sua vida.
O processo de beatificação foi iniciado no dia 18 de janeiro, e agora
já pode ser chamada de Serva de Deus. Acompanhe as etapas deste processo:
“É a primeira etapa de um
processo de canonização. O bispo escolhido, chamado de postulador, terá a
tarefa de investigar detalhadamente a vida do candidato para conhecer sua fama
de santidade. O segundo processo é o milagre da beatificação, quando será necessário comprovar um milagre ocorrido por
sua intercessão. No caso dos mártires não é necessária a comprovação de
milagre. O terceiro e último processo é o milagre para a canonização, que tem
que ter ocorrido após a beatificação. Comprovado esse milagre, o beato é canonizado
e o novo Santo passa a ser cultuado mundialmente.” (http://arqrio.org)
Santa Odetinha, Serva de Deus, intercedei por nós!
Maria Eulália Mello
Fonte: Jornal O Redentor (Paróquia Sto. Afonso-Tijuca RJ); n°
204-Fevereiro de 2013
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