Quando se é convidado para uma festa importante, a gente capricha
nos preparativos. Festa de 15 anos... formatura... casamento... bodas... -
quanto mais importante a festa, mais tempo leva a preparação.
Algumas festas são preparadas até com mais de um ano de
antecedência. E ao longo do preparo já se começa a vivê-la!
A Páscoa é a maior de todas as festas para nós, cristãos! É
a celebração da morte e ressurreição de Jesus, a razão de nossa fé, a razão de
crermos na vida eterna e de estarmos aqui, firmes na construção de Seu Reino de
amor neste mundo.
A Páscoa é a nossa festa mais importante - grandiosa demais
para ser preparada em apenas uma tarde, três dias ou mesmo uma semana. Por
isso, sua preparação estende-se por 40 dias.
Todo ano, na Quarta-feira de Cinzas, primeiro dia depois do
carnaval, nossa Igreja abre solenemente o tempo litúrgico chamado QUARESMA, em
preparação para a celebração da Páscoa.
Quaresma é o período de 40 dias que vai da Quarta-feira de
Cinzas até a manhã da Quinta-feira Santa.
Nesses dias de
preparação para a Páscoa, lembramos os 40 anos que o povo de Deus vagou no
deserto e, ainda, os 40 dias que Jesus passou, também no deserto, preparando-se
para sua missão.
As cinzas que são
impostas sobre nós na quarta-feira que abre a Quaresma são preparadas pela
queima de algumas palmas usadas na procissão de Ramos do ano anterior - e fazem
lembrança do Cristo vitorioso sobre a morte.
Quando aceitam
reconhecer sua condição de criaturas mortais e transformar-se em pó, ou seja,
aceitam passar pela experiência da morte, a exemplo de Cristo, pela renúncia de
si mesmos, os cristãos participam também da vida que ressurge das cinzas.
O simbolismo é simples: a fé em Jesus Cristo faz com
que a vida renasça das cinzas. Jesus faz brotar vida onde o ser humano
reconhece sua condição de criatura necessitada da ação de Deus. Isto é entrar
na atitude pascal.
Além do início da
Quaresma, outro acontecimento importante desta quarta é o lançamento da
Campanha da Fraternidade, cujo tema deste ano é “Fraternidade e Juventude” e o
lema, “Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8).
A Páscoa se vive na
conversão, por meio dos exercícios de oração, jejum e caridade:
- oração, que sustenta o diálogo permanente e amoroso com
Deus;
- caridade, sinal de nossa solidariedade e abertura aos
irmãos; e
- jejum, daquilo que devemos deixar, renunciar ou nos
desapegar.
Tudo isso como
expressão de uma volta real e profunda ao Senhor. Ele nos convida a voltarmos a
Ele de todo o coração, a “rasgar o coração e não as roupas”, a confiar em sua
misericórdia.
O nosso esforço e a nossa resposta a esse chamado são
expressões de abertura e adesão à sua aliança conosco.
Celebrar a Quaresma é reconhecer a presença de Deus na
caminhada, no trabalho, na luta, no sofrimento, na alegria e na dor da vida de
todo ser humano.
Que mudanças devemos realizar em nossa vida e na vida da
nossa comunidade para bem celebrarmos nossa Páscoa (passagem) na Páscoa do
Senhor Jesus?
Que compromisso o Senhor nos chama a assumir a partir da
Campanha da Fraternidade desse ano?
O que podemos fazer para que os nossos jovens possam
melhorar como cristãos, no relacionamento com Deus e com os irmãos?
Rezemos, diariamente, na esperança de vivermos esse tempo de
graça e salvação rumo à Páscoa de Jesus... e nossa também!
Sônia Braga – Pastoral
Litúrgica (Paróquia Santo Afonso)
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