segunda-feira, 30 de junho de 2014

LEGIÃO DE MARIA - "Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito"

Diferentemente da proposta dos judeus da época de Jesus, que tinham como ponto auge do ser humano a prática da justiça: “dente por dente, olho por olho”. Para Cristo o auge do ser humano é ser como Deus e agir a partir do amor gratuito e incondicional a todos.
A lei em que os judeus baseavam sua fé recomendava-os a agir sempre de forma justa: amar os amigos e odiar os inimigos (cf. Mt 5, 43). É como se quando alguém nos fizesse um mal, poderíamos por justiça, retribuir este mal na mesma medida. Para eles Deus age assim, limitado a própria justiça.
Porém, Cristo nos mostra que o Deus que ele ensina a chamar de Pai é diferente. Ele não age segundo a justiça, sua relação conosco não se baseia na justiça, mas no amor gratuito. Por isso Jesus diz que o Pai faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair à chuva sobre justos e injustos (cf. Mt 5, 45), e nós como filhos deste Pai que é amor, devemos agir como Ele: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Este é o convite feito ao cristão para conviver com seus irmãos não segundo a justiça, mas segundo o amor.
Neste mundo marcado pela injustiça, quem é justo já tem um grande mérito, já pode ser considerado “grande”. Porém, Deus deseja que avancemos mais, nós podemos ser como Deus e viver segundo o amor. Para isso é preciso amar não só os amigos, mas a todos, mesmo aqueles que nos fazem mal. “Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! Assim, vos tonareis filhos do vosso Pai que está nos céus” é o que está escrito em Mt 5,44-45.
Tornar-se filho do Pai que está nos céus, é ser como Jesus, aquele que viveu e deu a vida não só para os seus amigos, não só para os que o aceitaram, mas a todos. Inclusive, no alto da cruz, ele pediu o perdão a Deus para aqueles que estavam matando-o: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34).
Muitos devem estar se perguntando: Como amar alguém que me magoou profundamente e que deixou meu coração ferido? Esta é uma pergunta muito pertinente, pois quase todos vivem de alguma forma essa experiência. Porém o que Jesus nos pede está no nível da nossa ação, não no nível dos sentimentos, pois nós não temos controle sobre eles. Por mais que nossa razão queira, ela não pode controlar os sentimentos. Assim, é muito difícil, ou poderíamos dizer que é impossível que se possa cultivar sentimentos bons a alguém que nos cause magoas profundas. Mas Jesus não nos pede isso, ele nos pede algo que é possível. Seu desejo é de que a nossa conduta, ou a nossa prática seja a mesma prática de Deus: a caridade, o amor.  O que ele deseja é que nossa relação com alguém que nos fere, não seja baseada na justiça, mas na caridade e no serviço. Por mais que seja justo não devemos revidar um mal. Nós devemos agir segundo o desejo de ser como Deus.
Deus é a plenitude do amor, e viver nesse amor é a plenitude do ser humano, ou seja, o ponto auge que queremos chegar: “Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”.

Fagner Dalbem Mapa, C.Ss.R.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

LEGIÃO DE MARIA - EUCARISTIA: SIMBIOSE COM CRISTO


Celebrar a Solenidade de Corpus Christi é a oportunidade para reafirmamos a nossa fé na Eucaristia, ação de graças, presença viva do Cristo nas espécies do pão e do vinho, como também é oportunidade de refletirmos sobre a ação deste sacramento de Amor em nossa vida de cristãos. A festa que remonta ao século XIII, ressalta o lugar central que a Eucaristia deve ocupar em nossa comunidade eclesial e em nossos corações. Minha participação na Eucaristia produz em mim algum efeito? Pensando nesta pergunta, lembramo-nos da palavra “simbiose”, que quer dizer, entre outras coisas, associação e entendimento íntimo entre duas pessoas. É exatamente este movimento que deve acontecer em nossa vida cristã, cada vez que nos aproximamos da mesa eucarística.

Santo Afonso de Ligório compreende bem esse movimento de íntima união e sadia dependência. Para falar sobre a Eucaristia, não poupa sentimentos e afetos, sua linguagem é apaixonada e ardente, porque reconhecimento do amor real que acontece entre Deus e o cristão: “O amor sempre tende para a união. Por isso quis Cristo que o recebêssemos como alimento, pois as pessoas que mais intensamente se amam, desejam estar juntas até fundir-se em uma só”.  Pela nossa participação no banquete eucarístico, realiza-se nossa comunhão plena com Cristo, que se expande na relação com o próximo e com toda a humanidade. Todos são convidados para participarem da ceia eucarística, especialmente os mais explorados e excluídos de nossa sociedade, realização da promessa do Reino que já se adianta. Estamos ligados pelo “pão da vida”, por isso, em qualquer lugar onde participamos do sacrifício eucarístico, sentimo-nos em casa, numa única família.

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6, 56). Esta palavra deve ser assimilada com fé cada vez que recebermos a eucaristia, para que, desta forma, tornemo-nos consanguíneos de Cristo, enxertados em seu próprio corpo, formando o mesmo ser “crístico”, como dizem os padres da Igreja. O corpo de Cristo é formado de toda vida cósmica, de todo trabalho humano. Cada vez que comungamos, realiza-se uma união não somente afetiva, mas efetiva e real com Cristo, que em nenhum outro momento experimentamos tal comunhão de Amor: “De tal forma Jesus penetra a alma e se assemelha ao corpo, que já não somos nele senão uma só e mesma coisa”, diz Santo Afonso. Ao tornar-se pão, alimento de divinização e força de ressurreição, sua vida divina penetra nossa humanidade, configurando-a a si próprio.

O significado da Eucaristia parece estar bastante obscurecido ultimamente. Muitas vezes esquecemos o significado primeiro da Eucaristia. Quando nos reunimos ao redor da mesa para comungarmos pão e vinho transformados em Corpo e Sangue, esquecemos que pão e vinho são também alimento, portanto a Eucaristia é o meio pelo qual nos comunicamos, nos fazemos irmãos uns dos outros, nos humanizamos. Alimentamo-nos não de um pão comum e cotidiano, mas do Corpo e Sangue de Cristo plenificados, que dão sentido novo para a existência, realizando a nossa união íntima com Jesus, tornando-nos um só corpo e uma só carne.

A comunidade é integrada no Corpo de Cristo, por isso, ninguém pode ficar fora desta comunhão. Por mais que sentimentos de indignidade ou de culpa pareçam querer nos afastar da comunhão eucarística, não nos esqueçamos deste conselho de Santo Afonso: “E se te vires frio nesse amor, não te afastes por isso da eucaristia. Quem, por estar sentindo frio, quer afastar-se do fogo? Confia-te totalmente à misericórdia do Senhor, pois quanto mais enfermo se encontra alguém, tanto mais necessidade tem de médico”.

Rodrigo Costa 

Fonte:  http://www.provinciadorio.org.br/artigo


sábado, 21 de junho de 2014

LEGIÃO DE MARIA - VISITANDO O JARDIM DE DENTRO



"Apesar de tudo, vem aí a Primavera!" Assim nosso poeta Carlos Drummond de Andrade saudou a primavera de 1981, num texto publicado no JB de 01 de setembro.

Quando ela chega e a boa nova anda nos campos, começamos a sonhar juntos e a inventar canções que trazem sol, embora nem sempre aprendemos a lição que já sabemos de cor...

Eis a sutil sugestão do poeta: Se na primavera não houver jardim por perto, visitemos o jardim de dentro, jardim que nem sempre visitamos! Que sensibilidade – própria do olhar que só os poetas têm! Drummond alerta para uma lição sabida de cor, mas esquecida, neste tempo de esperança!

Ele foi ao ponto, deixou-nos uma lição que só nos resta aprender – na primavera também visitar o jardim de dentro! Santa Teresa d’Avila chamou-o de Castelo Interior! Segundo esta carmelita singular, é neste castelo de dentro que deveríamos sempre morar, pois neste jardim de dentro vive Deus. E para ela, só Deus basta!

De fato, há dentro de cada pessoa um jardim, um espaço cheio de pétalas de silêncio, com flores sagradas e ramos de serenidade, paisagens de quietude e de paz, uma área nobre isenta de perturbação, com troncos de fortaleza, cujas raízes estão no Criador! Neste jardim de dentro tudo floresce, pois é espaço sagrado, unicamente habitado por Deus! Neste espaço não cabem pessoas, coisas, pensamentos, reflexões, preocupações, paixões, temores, receios, ressentimentos, mágoas, isolamento – cabe apenas Deus! Este espaço de quietude, o jardim de dentro, é o seu sacrário pessoal!

Muitos têm dificuldade de experimentá-lo e senti-lo, sobretudo no nosso tempo, tempo de correria e de falta de tempo para silenciar, calar, repousar, ouvir, rezar, meditar, sentir!

Hoje, há muita gente fechada fora de casa, incapaz de entrar, prisioneira da exterioridade, vivendo em castelo exterior, em jardins de fora! Muitos têm medo de olhar para dentro de si, receio de entrar em contato com esta região nobre para fazer uma profunda experiência de silêncio e abandono, encontrar a Deus e se entreter tão somente com Ele...
E por que? Receiam entrar em contato com o passado, para não reviver memórias de angústias, perdas, mágoas, fracassos, erros, desenganos, frustrações, solidão...

No nosso tempo – tempo de jardins de fora – o homem sabe o que há em outros planetas, mas ignora o que há no seu jardim de dentro e do que mais precisa o seu coração! Vivemos numa cultura da exterioridade, justamente quando o homem tem mais necessidade de interioridade, a fim de encontrar com o Absoluto que vive dentro de si e dá sentido à sua vida!

Como visitar o jardim de dentro? Santo Ambrósio disse que o convite de Jesus a entrar na própria casa e fechar as portas do quarto para rezar (Mt 6,1-4), não se refere ao quarto cercado de paredes; é também o quarto que está em cada um de nós – o nosso jardim de dentro!

Foi o que descobriu Santo Agostinho, depois de tanto andar nos jardins de fora: Tu estavas dentro de mim e eu fora de Ti, e Te procurava nessas formas de beleza que são tuas criaturas (Confissões - 10,27).
Que bela confissão: Santo Agostinho procurando Deus nos jardins de fora, e Deus aguardando por ele no seu jardim de dentro – Tu estavas dentro de mim e eu fora de Ti!

Não rezemos muito, mas, sempre! A oração ajuda-nos a entrar no jardim de dentro, a ficar no Castelo pessoal e interior, para assim encontrar o Senhor da vida e ficar sob o seu olhar!

Ela, a oração, é essencial, não apenas para entrar no jardim, mas, também, para dentro dele permanecer descobrindo a face do Senhor!


Dom Abade Felipe da Silva
Mosteiro de São Bento, Rio de Janeiro/RJ

Fonte: Opinião e Notícias - 30/05/2014
Arquidiocese de Belo Horizonte/MG

sexta-feira, 13 de junho de 2014

LEGIÃO DE MARIA - ALOCUÇÃO



Alocução – Junho 2014

"A primeira coisa que queria chamar atenção é o momento da Páscoa. 

E a Igreja nos convida a viver os 50 dias que nos preparamos para o Pentecostes. A liturgia nos apresenta a despedida de Jesus, que também é a Ascensão de Jesus.

Para confortar os discípulos, virá o Espírito Santo,, aquele  que nos mostra que a cruz não é o fim. Jesus faz a promessa e a cumpre: os discípulos não iriam ficar sozinhos.

O Espírito Santo, é o Espírito da verdade, que veio depois de Jesus para estar junto de nós. É o Espírito Santo que vai nos ajudar a exercer a nossa missão na Igreja.

A leitura do manual nos mostra que se não estivermos unidos a Cristo, não teremos força para o nosso trabalho. Não temos sabedoria sozinhos, , precisamos estar cheios do Espírito Santo para exercermos bem o nosso apostolado, e ser instrumentos de Jesus e Maria, para propagar a palavra de Deus". 



Pe.Fábio Siqueira – diretor espiritual do Senatus RJ

LEGIÃO DE MARIA - APARECIDA 2014



Legionários de Maria meditam a Via Sacra na Casa da Mãe Aparecida


A Romaria da Legião de Maria trouxe representantes de diversas regiões do Brasil ao Santuário Nacional de Aparecida, neste sábado (31).

Reunidos em frente à Tribuna Papa Bento XVI, os legionários de Maria meditaram a Via Sacra recordando o tema da Campanha da Fraternidade deste ano de 2014 ‘Fraternidade e Tráfico e o Tráfico Humano’. A Romaria da Legião de Maria é realizada anualmente desde 1956.

Segundo o padre Sebastião Sá Lima da Arquidiocese de Fortaleza (CE), A Legião de Maria é o exército em ordem de batalha com Maria para caminhar com Jesus Cristo.

“Quando nos dedicamos com legionários e legionárias estamos a serviço da Igreja nas mais diversas pastorais, de modo especial, na comunidade onde nós nos encontramos”, afirmou.
Padre Sebastião explicou que no trabalho legionário se conservam as famílias, os doentes, a catequese e a evangelização. Os legionários de Maria fazem visitas domiciliares a idosos, famílias enlutadas, doentes e sempre que houver necessidade de uma palavra amiga e confortadora. Visitam também hospitais, presídios, orfanatos, asilos; dentro da área consignada à Paróquia.

A Santa Sé reconheceu neste ano de 2014 a Legião de Maria como Associação Internacional de Fiéis.

A Associação nasceu em 1921 na Irlanda, por iniciativa de um pequeno grupo guiado por Frank Duff, funcionário do Ministério das Finanças e depois Secretário particular do Ministério da Defesa irlandês. Ao longo dos 93 anos de existência, a associação espalhou-se por todo o mundo.


 Polyana Gonzaga , 31 de Maio de 2014